Dia 16 – Dia de Omulú.
o Teat(r)o Oficina faz 59 anos em Plena Pandemía y Comemora Hoje às 18h com a Encenação Dirigida por Marcelo Drummond para a Internet “O Bailado do Deus Morto” do Grande Artista da Pintura, Arquitetura, Literatura,
Performance: Flávio de Carvalho.
O 1º Teatro Oficina teve a pedra fundamental do Prédio Batizada por uma Garrafa de Champagne quebrada no cimento pela Atriz Maior do Teatro Brasileiro Cacilda Becker. Com o impacto cai uma estátua de São Jorge, q se espatifa y liberta o Cavalo do Cavalheiro São Jorge.
Criado pelo Arquitetura de Joaquim Guedes, Duas Platéias confrontando-se em Duas Arquibancadas, batizado “Teatro Sanduíche”. Com possibilidade de Cenografia nas Paredes Laterais y com pé direito Alto no Centro sempre com Estruturas vazadas. Foi custeado por venda de “Cadeiras Cativas” sobretudo à Comunidade Israelita de São Paulo, pela atriz Etty Frazer onde havia sido o Teatro Espírita Mesa Branca “Novos Comediantes”. A Companhía tinha Eugenio Kusnet ator q havia trabalho com Stanislaviski na Ópera de Moscou, depois no Brasil no TBC atuando y encontrando-se com um Elenco estudioso y Praticante de Laboratórios de Interpretação do Método de Stanislawiski: Renato Borghi, Célia Helena, Fauzi Arap, Jairo Arco e Flexa, Etty Frazer, Chico Martins, Fuad Jorge, Ronaldo Daniel .Estreou no dia 16 de Agosto de 1961 “A Vida Impressa em Dolar” (“Awake and Sing”) de Clifford Odets. Peça criada pelo “Group Theater”.
Inteiramente dedicado ao Método, q iria dar lugar ao “Actors Studio”. A Peça emplacou y Fauzi Arap recebeu da Associação de Críticos de SP o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante y coube a mim o de Revelação como Diretor.
O Maior sucesso foi “Pequenos Burgueses” de Máximo Gorki, encenada mais de 1.000 vezes dentro y fora do
Oficina. A Peça foi interpretada pela Juventude da Época como um Suicídio do ser “Pequeno Burguês” transfigurando-se em um Revolucionário.
Veio o Golpe Civil Militar de 1964. A Peça saiu de Cartaz y a direção do Teatro ficou com a Atriz Itala Nandi. Foi montada “Toda Donzela tem um Pai q é uma Féra” de Gláucio Gil, uma Comédia com o já famoso Tarcísio Meira,
Cláudio Marzo, Miriam Mehler, Lílian Lemmertz, Itala Nandi, Eugenio Kusnet. O $ucesso da peça permitiu q fosse dado dinheiro pra muitas atrizes y atores q tiveram d fugir, não só os do Oficina.
“Todo Anjo é Terrível” com Madame Morineau, Renato Borghi y Ronaldo Daniel, de Thomas Wolfe “Um Bonde Chamado Desejo” de Tennessee Williams com Maria Fernanda, Mauro Mendonça, Célia Helena y “Andorra” de Max Frisch com Renato Borghi, Miriam Mehler tiveram Cenografías Suntuosas do Arquiteto Cenógrafo Flávio Império, ocuparam todo Espaço Verticalmente o y Espaço Central Vazado, com Cenários em Carrinhos móveis laterais, com Desenhos de Luz q se revelavam Atrás das Paredes Brancas .
Em 31 de Maio de 1966 o Teatro Oficina foi incendiado pelo CCC. Nesta Época todos os Teatros e SP passaram a ser assim ameaçados. Houve um Grande apoio da Classe Teatral, das Instituições Culturais. Em mais ou menos um ano o novo Teatro Oficina dos Arquitetos Flavio Império y Rodrigo Levére foi construído com Palco Giratório Elétrico, Porta de Entrada dos Bastidores Altas pra entrada fácil de Bonecos de “Galileu Galilei” de Brecht mas quem levou a inauguração foi Oswald de Andrade com seu “O Rei da Vela” em 29 de Setembro de 1967. Partimos pra um Excursão para Europa, fizemos a Itália, Nancy na França y Paris, aí aconteceu o Maio de 68 y Interrompemos a Turnê , Vivemos a Revolução y retornamos ao Brasíl. A Tropicália na Musica, nas Artes Plásticas, no Cinema foi tocada pela Antropofagía, isto é, pela Perspectiva Indígena y da Cultura Negra Africana. “Roda Viva”, de Chico, dirigí no impulso q recebí do Teat(r)o Oficína recebendo um Côro Rheal q criou o Espetáculo y depois se juntou aos Protagonistas do Oficina em “Galileu Galilei” do Velho Brecht, y talvez num dos melhores espetáculos deste Teatro: “Na Selva das Cidades”, do Jovem Brecht. Nesta Peça a 1ª Realizada com a Arquiteta Lina Bardi, com Protagonização de Renato Borhi, Itala Nandi, Othon Bastos y o Côros-asas entranhas da Cena Ocidental foram penetradas y postas literalmente no chão, chegamos á tirar todas as Camadas q cobriam y redescobríam a Terra da Jaceguay 520. O Bairro do Bixiga Foi dividido em 2 pelo Minhocão. Lina Bardi dizia: esta é a Terra de “Os Sertões”. Ela pegava Lixo Urbano expelido pelo Minhocão em frente do Oficina y trazia pra Cena, com uma Maquina q Vomitava cimento .Gilberto Gil fez a “música” “A Cultura , a Civilização, Elas q danem, ou não..”
Viajamos depois pelas Capitais do Brasil com nossos Grandes espetáculos: “Pequenos Burgueses”, “Galileu Galilei “y “O REI DA VELA” y por vilazinhas do interior, depois de um Mês concentrados na Comunidade q morávamos y no próprio Oficina fechado pra Criarmos, depois do Ai 5, um Trabalho Novo: “ReVolição: Lição de Voltar á Querer”. Era a Era da Tortura, estávamos muito temerosos, com razão. Então partimos pra uma Criação Coletiva através de uma auto penetração coletiva em cada um de nós , por nós todos pra descobrimos como levantar da porrada do Ai5. Descobrimos o Silêncio como forma de atuação.
Mandamos pra Censura um Calhamaço, mas a Criação Nova caminhou nos silêncios do inconsciente do terreiro teatral com poucas phalas, y muita ação com o Povo q vinha atuar conosco. Começamos aplicando o Trabalho Novo na UNB-Universidade de Brasília enquanto no Teatro Nacional fazíamos 3 sessões aos sábados de “Pequenos Burgueses”. Ficamos uma Semana em Brasília alojados na Universidade. Cada um de nós na morada de um Estudante. Nos Encontrávamos numa Sala com estudantes q faziam um movimento clandestino y nos orientávam. Caminhando sempre em Silêncio por todo Espaço do Campus, A Repressão era enorme, era proibido se falar no Refeitório. Combinamos q cada um de nós, no almoço de cada día, ocupasse uma mesa diferente y fizéssemos as mesmas perguntas nas diferentes mesas q sentássemos.
No dia da apresentação era colocado um cartaz pequeno anunciando o Te-Ato q farímos em tal local, no horário de uma tarde. Nossas caminhadas silenciosas descobrindo os significados dos Espaços Subterrâneos, No Rés do Chão, Acima…foi nossa divulgação.
Na tarde do dia marcado , fomos pro Mato, nos concentrar em silêncio. Nos maquiamos com a Terra de Brasília y fomos caminhando, vimos 7 nuvens no Céu. Nosso Trabalho era em 7 Partes. O Cosmos , nos InsPiráva.
Chegando numa espécie de Anfiteatro colocamo-nos num Paredão onde em silêncio vibrávamos com o Espaço Lotado de pessoas nas Galerias com os Pés balançando.
Era tão forte a energia q emanava q meus braços levantavam-se sem q eu os comandasse. Começamos com um Jogo de Bastões: Há muitos Objetos em um Só Objeto, mas o objetivo é um só: tocar o inimigo. Na passagem dos bastões cada um de nós numa Rampa, passava pro outro o bastão com um significado. Se ocorresse um erro no meio desta passagem, recomeçávamos, tudo voltava ao começo. A Primeira Cena foi sobre a Catatonía, q o Ai5 tinha vuduzado, neutralizado grande parte da Juventude. Depois passamos á Aula Esquizofrenía. Cada um de nós sentados diante de um Repolho, materializando o Cérebro de cada um de nós. Uma dupla de costa presa pelos braços vivia a contradição da nossa juventude da Esquizofrenía. Dois Corpos de Costa um pro Outro, presos pelos braços enlaçados, Um se esforçava pra ir á Luta Armada, agitava-se pra se libertar com gestos fortes de guerreiro, mas outro em oposição relaxava-se pra atingir o chão. Queria o Desbunde.
Um Esquizofrênico se libertava da Aula, se rebelava. Era Amarrado á um Pilar, com a Camisa de Força. O Professor diante da situação aconselhava á todos fazer uma Lobotomia, pra nos apaziguarmos. Essa Operação consistia em separar com um instrumento cortante, o Cérebro Frontal da Memória Arcaica. Pra se encontrar alivio nessa operação muito em voga no momento:
no Manicômio Pinél na Zona Sul do Rio de Janeiro: a LOBOTOMÍA. Essa Operação nos livraría da Angustía, dos Tormentos y viveríamos como achávamos na época o q eram os Vegetais. Vem o Momento de Decisão:
perguntamos aos muitos presentes se optariam pela Lobotomía então operaríamos nossos Cerebros Repolhos y o Ato terminaría naquele instante.
Os estudantes de Cinema nos Filmavam. Havia uma indecisão mas a maioría respirava conosco y não quis parar neste Impasse. Caminhamos então com todos em silêncio pra um andar superior onde dançamos Frenéticamente com muitos Corpos na Violência da Alegria. Depois caminhávamos pro Subterrâneo. Quando a Cobra Grande começou a sair de baixo da Terra já começava anoitecer. Fomos com o Bastão até um determinado lugar. A Terra estava muito sêca conde escolhemos deixar o Bastão enterrado.
Estava escuro, os Faróis de alguns carros iluminavam. Topando com a Terra sêca conseguimos pelos esforços d muitos ir enterrando o Bastão. Todo o Povo estava concentrado neste movimento. Nós saímos na Moita y fomos pra Goiânia, onde fizemos um Trabalho num Centro Acadêmico. Sem dizer nada. Arrancamos todos os muitos cartazes, imagens empetecando as paredes. Estudantes acabaram fazendo o mesmo. No dia seguinte montamos “Pequenos Burgueses” num Teatro, depois de todos nós comungarmos mescalinas. A Peça ganhava um sentido inimaginável. A Luz era feita por um de nós.,Um jovem cineasta já famoso: Rogério Noel. Q em todos seu filmes não usava iluminação artificial, mesmo nos interiores. Fazia a Luz viajando conosco. Qualquer ação interior q esboçássemos, Rogério fazia sentir na Iluminação. Foi assim toda a Viagem. Fomos pra Bahía, onde fizemos uma Entrevista com os Jornalistas de Salvador, numa Casa enorme q alugamos no Rio Vermelho. Invertemos a Entrevista y passamos á Entrevistar os Entrevistadores. Fizemos as Três Peças no Imenso Teatro Castro Alves, Lotado. Em “O Rei da Vela” no 2º Ato, quando João dos Divãs fala pra Tia Reaça Dona Poloca, “Já fez 69?” O Teatro Lotado levantou-se y aplaudiu uns 10 minutos?!
Da Bahía fomos a Recife no Teatro Santa Isabel. Meses antes Gregório Bezerra um Líder Político muito Popular y Amado havia sido arrastado pela Cidade, só de cuecas, sangrando arrastado pelas ruas por Militares. Nossa Estreia de Galileu Galilei , foi grátis. Eu fazia Galileu, nas ruas, arrastado como Gregório. E a Multidão me acompanhando, intervindo, lutando com os q faziam os Policiais, mas entramos com todo aquele povo no Teatro y Fizemos a Peça q aconteceu inspirada pelo TeAto q fomos re-descobrindo com o Trabalho Novo.
Com o dinheiro da Bilhetería, nós comprávamos tempo pra nos embrenharmos pelo Sertão. Antes passamos pela “Fazenda Nova” Lugar onde se encena todo ano a Paixão de Cristo. Díva Pacheco, uma bela Galega do Clã q faz Teatro há muitas Gerações no Lugar nos recebeu y nos instalou nos Cenários dos Acontecimentos da Semana Santa.
Fizemos no Teatro com a Mesa da Santa Ceia “Pequenos Burgueses”. Em Manda Saia um dos muitos lugares q fomos, como em todos, nos concentrávamos no Mato, Num Lugar perto… um de nós ia ao lugar onde atuaríamos pra saber o q era teatral fazermos. Lá em Manda Saia, o Lugar era separado da Terra por um Rio. Tinha-se q se descalçar pra atravessar o Rio, pra se chegar na Vilazinha Habitada.
Entramos em silêncio no local, atravessando o Rio y fomos pro Cemitério .Lá ficamos. O Povo foi chegando. Não dizíamos nada. Fomos caminhando improvisando uma canção.
“Uma Ponte de Pédra,
entre nós y o povo inteiro.
Ela Chama, Ela Chama
Antônio, Antônio Conselheiro”
Y fomos levando pedras pro Rio. Renato Borghi foi ficando irritado y contratou um Caminhão y encheu de Pédras. Acabamos entupindo o Rio, Hoje me lembrando, acho ridículo, tanto q nem vou contar os outros TeAtos q fizemos, nos Sertões y em Natal, no Maranhão. Pará, Manaus….Vou voltar rápido pro Oficina. Mas muita coisa estranha de um ridículo grandioso ou medíocre aconteceu. Até escrevermos “Gracias Señor”. Mandamos pra Censura com Palavras q jamais seriam pronunciadas. Pois o Espetáculo era em Silêncio, com pouquíssimas palavras. Começou no Rio, depois foi pra SP, no local onde havia sido feito a montagem de “O Balcão” do grande diretor portenho, de sucesso internacional: o pequenino Vitor García. Ele criou um Cone Imenso em Espiral onde ficava suspenso o Publico y os Atores y Atrizes atuavam no Centro em Guindastes. O Coro da peça galgava a monumental criação, diante das entidades da Peça, O Bispo, O Policial, as Donas do Bordel q imitavam a Rainha, o Juiz. Fui com Lina Bardi ver o Lugar depois de arrancado o Imenso Cone. Parecía uma Boca Enorme sem Dentes.
Lina adorou y criou uma Camisa de Força imensa q depois se transformava numa Vela de Navegação pra Serafim Ponte Grande. Daí fomos pro Oficina. Com a Censura e a Polícia sempre em nossa Cola. A Polícia achava q tínhamos aprendido hipnotismo na China por q o Povo todo q ia, atuava conosco. A Polícia publicou nos principais jornais do Brasil um texto imenso : “Como Êles Agem” em q descreviam as técnicas Chinesas de nossas peças q levavam todos espectadores á atuar conosco. Numa Guerra entra a Censura de SamPã y a Polícia de Brasília, 40 censores foram ver a peça no Oficina. Todo o Público o presente atuou na Espetáculo.
Mais q nunca, desejavam proibir a Peça. Mas Brasília queria estudar nossas táticas y estratégias. Sai da peça pra organizar uma Grande Viagem pela América Latina até as Universidades Americanas.
O nome do Projeto era UTROPÍA. Estava ainda em Porto Alegre de onde sairíamos pra Viagem quando a Peça foi Proibida. Voltei à SamPã y criamos a “Casa de Transas” às 2ª feiras. Hericão, Ator Lindo tipo jogador de Voley, de 2 metros de altura, juntou os Grupos de Rock q começavam a se formar na Cidade. Criou o Grupo URUBÚ ROXO formado nas Madrugadas em q juntava todos os Grupos q haviam se apresentado y instaurava com sua Liderança um só Corpo, onde ele Dançava possesso, se atirando no Chão dançados ferozmente y cantando o repertório do URUBÚ. Luis Antonio Martinez Corrêa estava nos Porões do Oficina fazendo : “O Casamento do Pequeno Burguês” do Jovem Brecht, com imenso sucesso. Passa a Ocupar o Palco do Teatro Oficina. No Espetáculo um Grupo de Meninas lindas Faziam “AS CORISTAS DO INFERNO”. Elas eram as Garçonétes do “REVOLISOM”, como era chamada as Sessões de Rock. Elas Vestidas com seus Trajes de Cena, com suas Pernas com Meia Arrastão em Saltos Muito Altos, traziam seu tabuleiro colocado no Pescoço onde Vendiam Comida Macrobiótica, Mescalinas y Ácidos. Me lembro q tinham nomes estranhos y convidativos. Me vem à Cabeça “Helena Veneno”- uma Garota Cearense deslumbrante q usava brincos pingentes enormes.
Decidímos montar finalmente uma Peça do nosso Adorado Tchekhov: “As Três Irmãs”. Uma noite de outubro de 1972, eu estava só conversando com o Teatro Oficina vazio, sobre a peça. Entra um jovem muito bonito q traz entre os dedos um Ácido “Pérola Negra”. Sem falar quase nada senão o nome dele: Celso Lucas. Comungamos. Bateu no Ato. Fomos dançados em rodopíos pelo espaço até batermos contra uma Parede no limite Norte do Oficína, o Beco Sem Saída. Juntamos mãos y riscamos uma Róda. Cruzamos dentro, marcando um Ponto no Centro q nos sugou atravessando as Paredes. Sentí uma construção atrás. O Grupo$$ não havía ainda se instalado no lugar. Celso Lucas viu uma LUZ Prismada Forte.
No dia seguinte, me comuniquei com Lina Bardi: “Atravessamos o Beco sem Saída”. Lina : “Não sou Bruxa, sou Arquiteto: Quebro Paredes!”. A PM invadia sempre o Oficina, pra bater nos Comunistas. E não tinha rota de fuga. Apanhávamos. Isso acontecia no “FORRÓ DO AVANÇO” do Cantor e Compositor Negro Edgard Ferreira y Sandy Celeste, uma cantora tão extraordinária y delicada como a Billie Holiday. Caetano Veloso quando a viu no Show do Ibirapuera a chamou de melhor q a Idade Da Terra y cantou muito com Ela q estava vestida com muitas Penas de Cabocla India da Umbanda. Mas no Oficina estava sempre de Cangaceira. Foi a Era dos Artistas Nordestinos de SamPã. Surubim Feliciano da Paixão era Cirandeiro, Pintor q erotizou todas figuras parecidas com as do Mestre Vitalino em quadros pintados com Esferográfica criando Universos inspirado nos Acontecimentos do Oficina. Gravou um disco lindo com o dinheiro da Trilha do filme “O Rei do Véla”. Zuria Cozinheira de Alagoas, Criou a Cantina Cabaret y cozinhava nas sessões do Forró do Avanço. Xingava com fúria y retórica esplendorosa os PMs q depois q nos batíam, iam pedir comida pra Éla. Acabava dando de comer. Mas eles tinham de comer ouvindo suas Maldições. Jovens de Circo, Teatro, Travestís frequentavam os Forrós. Começamos á Ler com os Nordestínos “Os Sertões”, de Euclides da Cunha quando não tinha Forró. Mas o Beco sem Saída com os PMs invadindo, incomodavam muito, com interrupções destas Leituras.
Mas, começava outra Era. Celso veio trabalhar comigo na Peça na Base da Mescalina y da Bruxaría Amorosa. Criamos um Ríto de Teato: dormir cedo y em jejum ir pra Praia de Boracéia, em Santos, que naquele tempo era deserta. Subimos uma Montanha. Comungamos uma Mescalina Orgânica q passou á ser sempre a escolhida pros Ensaios y Temporada Toda da Peça. Entramos em Contacto com Mensagens da Pré-Revolução Russa. Diálagos da peça desenhavam-se nas nuvens dos céus: “PASSE A LIMPO”.
Sacamos como a Revolução Russa Soviética tinha errado em não levar em conta a “micropolítica”, como Tchekhov nos passava em sua peça q estávamos re-criando como Ritual Cosmofágico. Encontramos uma “Gaivota” morta. Nas varias Viagens q fizemos não conseguíamos parar nas Padarías. A Eletricidade dos Balcões de Vidro Iluminados nos atingia d maneira agressiva com a sua potência de raios E tínhamos q ir embora sem comer. Dormíamos, um Corpo diante do Outro, unidos eletricamente Pés y Cabeça.Viajamos nos Sonhos comuns y então criamos o Programa de Ensaios, sempre ao Meio Dia, quando os Ponteiros estão juntos. Nos Concentrávamos no Chão com todo Elenco em Roda. Olhos fechados, nos encontrando pelo Som do Ôm. Desenhavam-se Catedrais das Energias Sonóras. A Peça era uma Mandala, como a Roda q desenhamos no Béco, em 4 Tempos. O 1º Tempo: Primavéra-Nas Aguas de uma Bacia com Flores Irina de branco, a irmã mais jovem brincava em seu aniversário no começo do Século XX. Todas as Personagens se relacionavam juntas, na mema Alegria em torno do Rito do Aniversário q acontecia um ano depois do Pai das Irmãs ter falecido. O Exercito acaba de acampar no Lugar. Os Oficiais, um Fotógrafo de Campanha, acompanhado de outro jovem q presenteia Irina com lapís de Cores. É um Re-Começo. As Irmãs estão entusiasmadas com seu sonho de irem pra Moscou.
Este 1º Tempo se encerra com a chegada de Natacha, uma Burguesa Nova Rica, Noiva de André, o irmão das Três Moças, um Violinista Virtuose. Olga a irmã mais velha vem recepcionar longe da mesa onde estão Todos.
Essa recém chegada está muito envergonhada de estar nesta cena de pessoas parecidas com os nobres y vem muito mal vestida. Olga tenta dar um jeito no vestido estrambólico.
O Fotógrafo faz uma Foto de Todos, o Flax de Todos, estoura. Fumaça.
-Fim do 1º Tempo.
2º Tempo, passaram-se dias. É Verão. Começo da Noite. Luz y Sombras. Macha a irmã do Meio, Mal casada com um Professor, está flertando sem conseguir segurar o ríso de felicidade com o Comandante da Brigada: Verchinine (Stanislawiski criou este papel), q também está segurando o riso.
Cantando entram os Jovens Militares com Irina y Tchebutykin, um velho militar apaixonado pela mãe das meninas y vivendo agora no seio carinhoso dos jovens da família, entra e vai direto pro Piano y todos Cantam em Côro , entusiasmados, a musica sem a letra de “Something”. Natacha, já casada com André, aparece berrando “Parem com essa Barulheira! O Bobik está dormindo!”.
Todos param com a Musica. Olga vindo da Escola onde dá aulas chega com muita dor de Cabeça. Irina em off suspira: “Moscou! Moscou…”
3º TEMPO – Incêndio. No Reveillon de 1972 pra 73, à Meia Noite, as Personagens da peça mais doidas enlouquecem y antes do 3º Sinal, entram com Tochas de Fogo Acêsas pelos Corredores do Oficína até a rua Jaceguay, numa Feróz Alegría, gritando “FôGo! FôGo!”. O Teatro Está Lotado. O Público enlouquece com o FÔGO! Mas de repente o clássico 3º Sinal Toca. María Fernanda, grande atriz brasileira, atriz convidada, super profissional, no melhor sentido da expressão, entra, obedecendo o toque da Contra Regragem. com um Lencinho vermelho simbolizando o Incêncio y clama docemente Fogo!Fogo! Celso Lucas entra com uma Rosa Vermelha pegando Fôgo. A Tradicão q essa pratica produz dá 7 anos de Maldição!? Nessa 3ª Mandala, as Personages não se entendem. Cada um tem um Objetivo diferente assim como todos os Outros . Descobrimos o Ritmo nos Ensaios quando o Ator Renato Borghi entrou em transe y recebeu o q chamavamos de “Menssagem Russa”. E revelou o Ritmo deste Ato: “Transeunte Acelerado”.
No transito acelerado y confuso da Mandala, um Relógio Muito Antigo cai no chão y espatífa-se. Quebra-se a Mandala. As Relações entre Atuadorxs y Personagens tenciona-se. O Espaço das Três Irmãs foi reduzidos pelos bebês nascidos de Natacha. André vai falar com Elas, q estão num Canto do Espaço, atraa de biombos, já dormindo. Êle fala sem parar Sem saber q ninguem está ouvindo.
Ele Sai. As Irmãs gemem atras dos Tapumes “Moscou…Moscou…”
Vamos Pro 4º Tempo da Mandala q Culmina num Duelo entre as Personagen do Violento Capitão Solioni (Henricão) q entra em Cena, no violento dia da passagem do Ano, jogando uma Tocha Acesa para os Ares diante do Delicado Nobre Jovem Barão Tusenbach: Othon Bastos. Nos Bastidores, nós, os criadores mais antigos do Teatro Oficina, Renato Borghi, q fazia André – y eu, Zé Celso, tivemos uma Conversa Tensa. O Conflito entre o Coro da Peça y os Protagonistas, como era sentido por Renatoexplodia em Guerra. Desde “Galileu Galiei” de Brecht, estreado no dia do AI5, juntavamos o Elenco dos Protagonistas do Teatro Oficina y o Côro de “Roda Viva” q havia sido quase totalmente massacrado pela Milícia do CCC- a Milícia do Comando de Caça aos Comunistas, em SamPã. Mas sobreviveu com mais força q nunca. Mas o Espetáculo y Todos os Teatros de SP estavam sempre sofrendo ameaças. Mas o Publico lotava todas as Peças. E a Classe Teatral criou num Volks uma Policia de Defesa q percorria Todos os Teatros ameaçado q naquele tempo, estavam todos no Bairro do Bixiga.“Roda Viva“ seguiu depois para uma Temporada em Porto Alegre. Na Noite após á Estréia o Exercito da 3ª Região Invadiu o Hotel onde estava alojado o Elenco, arrancou as Pessoas do Elenco de seus quartos, batendo em todos, ferozmente pelas Escadaria do lugar; raptando a Estrela da Peça, levando-a pro Mato. Depois de uma Noite de Cristal despacharam num Onibus pra S.Pos Ferídxs, Massacradx y Os Militares proibiram a Peça, em Todo Territorio Nacional. Foram acolhidos todos no Elenco de Galileu. Passou á acontecer um Conflito crescente entre Protagonistas y Côros. Naquela Noite do Reveillon Renato sentía o Antigo Conflito vinda á Tona, com Ganância.Tentei apaziguá-lo mas ele tinha q entrar em Cena y eu tambem. Numa contracenação dura em q minha Personagem aconselhava á d’Êle de ir embora… Durante nossa Conversa acontecía o Duelo em q o Barão era assassinado pelo Capitão Solioni (Henricão). E em q a parede do Lado Oeste do Teatro Oficina é furada pela Bala. Os Mendigos q faziam a Musica já tinham se afastado do Lugar antes do Duélo. Macha olhava pros céus y falava com as Gaivotas q tambem iam embora. Terminava a peça, com as Tres Irmãs abaraçadas num Corpo Só, sofrendo todas as Partidas. Mas elas vão se transformando a medida q vão sentindo um Som, vindo não se sabe de onde. E Elas sentem q serão ethernamente lembradas y este Som cresce com o Retorno dos Musicos Mendigos, das Gaivotas y a Mandala da Morte se transmuta no 5º Tempo, com um Grito Primal com todos Corpos Abraçados. A Peça Termina com Muitos aplausos quentes. O Publico invade o Palco. Deita-se abraçando-se, y eu y o Coro ficamos com aquele Povo Alucinado. De repente surge na Arquibancada da Platéia, Protagonistas, Atrizes já com Lenço nos cabelos y suas Frasqueiras, Othon Bastos y Renato q declara sua Ruptura definitiva com o Teatro Oficina y sai com o Cortejo dos Protagonistas. Nessa Noite meu Cabelo ficou inteiramente branco como a Rainha Margaret, esposa de Henrique 6º de Shakespeare, amarrada numa arvore, na Cena em q seu filho bebê é esfregado em sua Cara até morrer. Seu Cabelo fica branco na ação da Cena. Eu ví a Atriz Italiana Valentina Cortese fazendo este Papel da RAINHA MARGARET no Teatro Picollo de Milano. Tinha sua Cabeleria transmutada em Branca, no ato em q seu bebê era assasinado em seu proprio corpo.Viví esta Cena do “iL Gioco dei Potenti” de Giogio Strehler, nessaa recriação de Henrique 6º de Shakespeare no Picollo Teatro de Milano.
Encontrei-me neste Reveillon de 1973 pela 1ª Vez com a Tragédya. Mas outras Tragédias, mais violenta viriam á acontecer. Y o Teatro Oficina sobreviveu enquanto fomos Exilados, depois de Celso Lucas y eu termos sido presos y Torturados. O Elenco saiu clandestino pelo Uruguay y outras Fronteiras. Nos Encontramos na Revolução da Democracía Direta Portuguesa Internacional onde fizemos o fime 9 meses após a Revolução: “O Parto”. Depois fomos pra Revolução Moçambicanano dia de ano novo no Hemisfério Sul: dia 25, y Filmamos “25”.
O Oficina Havía ficado nas mãos de Tereza Bastos, Bilheteira muito Béla y competente do Teatro, q alugou o Teatro, pra muitas Companhías.
Voltamos do Exílio, no começo da Abertura Lenta, Gradual, Restrita. A 1ª Coisa q fizemos foi desvendar o mistéro da travessia mágica do “Béco Sem Saída” .
Dia 6 de janeiro de 1979 dia dos Pré Cristãos Reis Magos: ganhamos um Presente Etherno.
Celso Lucas fissurado com sua Camêra Cinematográfica filmou a Quebra á marretadas do Beco sem Saída. Pudemos ver o q havia atras doq atravessamos em Inspiração Sagrada. Tijolos caiam, fomos gozando pouco a pouco o Céu Vazio ao Por do Sol. Um dos Porteiros do Oficina foi me entregrar na hora um Postal de uma Amiga q estava na Grécia y enviou uma Imagem do Teatro Grego de Epidauro do deus Dionísios. Não tinha mais dúvida, contemplamos pasmos, pela 1ª Vez, o Imenso Espaço Aberto q nos Entorna, vimos o Presente dos Reis Magos do Oriente alem do alem das partes invasivas do Estacioamento das Kombis do Baú da Felicidade. A Comtemplação deste Espaço fez nascer “Bacantes, Ham-let, Sertões y Todas as muitas outras Encenações da TragyKomédyOrgya- no hoje Teat(r)o OficínaUzynaUzONA até “Roda Viva”. Depois d um ano de Oficina Lotado, no dia d Marielle, 14 de Março, tívemos de sair de Cena pra nos Resguardarmos do Corona Vírus.
Foi y É, mesmo isolados na Pãdemía umaGraça de deuses, exús y tupys q fez com q muitos Inconscientes palpáveis, encarnados nas encenações, atuações dxs muitxs Tyasos, plantadas neste Terreyro Elektrônico pelas “TragyKomédyOrgias” neste Terrítório Cênico Teat(r)o Oficina Teat(r)o Parque do Rio Bixiga, nascesse esse novo PHODER DO SAGRADO.
Este Ano, dia 30 de Novembro completamos 40 Anos da Luta Mítica, Sagrada com O Grupo Silvio Santos, Inspiradora de todas as “TragikomédiOrgyas” q aterramos. Dia 30 de Novembro, d 1980, há 40 anos atrás, NUMA TARDE-NOITE no DÍA DE FESTA no ESTÁDIO DO IBIRAPUERA COM ARTISTAS DO RÍO, SAMPÃ Y PUBLICO A ALEGRÍA INICIOU
NA DA LUTA PELO ENTORNO DO OFICINA + POVO INTEGRADO X GRUPO $$.
Agora em 2020, dia 30 de Novembro, COMEMÓRAREMOS 40 ANOS Desta Luta Épica Sagrada.
Meditando no Isolamento, na Trincheira de Proteção Virótica, neste Espasmo do Planeta Terra, no Baixo Paraíso, nos contactos q mantemos com os Tyaso de mais de 60 pessoas, q transcende nossa Companhía; me chega a Importância vital, Poderosa do SAGRADO.
Uma Categoría q emergiu pra mim neste 59ª Aniversário. Todos q plantaram com seu Inconsciênte na Arte do Bakxai Bacantes ganham na Graça o PHODER DO SAGRADO. Concentro-me em Todas Pessoas Amadxs através dxs Ethernos Catherine, Marcelo Drummond, Camíla Mota, Sylvia, Cafíra, Cida, Surubim, Ito………..; quer dizer Todxs q semearam neste Terreiro, q participaram nas Galerias ou na Pista y receberam a Graça do Phoder do Suave Sagrado. Agradeço á Todos y á Tudo q nos fez chegar até o Ponto de Mutação, memória – VIVO Y CAMBIANTE, o SAGRADO DO UNIVERSO.
Para-Bens Alem do Bem y do Mal Amor Louco á VidaTeat(r)o Oficina 59 Anos dando Passagem ao Phoder de SAGRAR O TERRITÓRIO, O TEATRO PARQUE…O RIO BIXÍGA!
Posfácio
Esta Semana Inteira Enlouquecí tentando escrever toda História q viví no Teat(r)o Oficina. Não Conseguí. Cheguei muito mal até 1973 com “AS TRÊS IRMÃS”. Quer dizer, nem tanto por não chegar até 2020. Sentí no final q dei um Pulo y cheguei em 2020 num Vago Poder de Sagrar, q de Coração é o único sentimento q tenho agora. Muito mais pela Sagração dos Territórios Indígenas y Quilombólas, mais q nunca à Perígo. Sinto q se não fosse tão Ensímesmado poderia em um tempo de distanciamento muito maior y de observação ver a Historia Magnífica do Oficina não a partir de querer relatar minha vaga experiência subjetiva imediata com a ansiedade q me possuiu, mas aceitando meus 83 anos com uma Sabedoría mais Contemporânea y ao mesmo tempo Mais Antíqua. Mas sem pudor assumo o q escreví. É o q é, como é. Ou melhor, como foi. Não vou eu mesmo me “cancelar”. Se me cancelarem vou talvez me entender melhor, ou não. Mas os dados estão jogados, Não vou os recolher. Me exponho á Execração, ou pior, à Indiferença Publica. Vai ser uma experiência a mais. Sinto um pouco o cheiro do q foi meu 1º Ensaio Geral de “A Vida Impressa em Dollar”. Mas com sinceridade, por um “em mim” q não é subjetivo sinto o q Ocupamos com muita gente, estes 59 ou 62 anos, contando com Oficina Amador y O Teatro Parque do Rio Bixiga Y hoje estes Lugares estão/são Sagrados. Feliz Aniversário Amadx Teat(r)o Oficina.
Zé Celso
16 de Ah!Gosto de 2020-08-16
MERDA