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Arquivo mensal: setembro 2011

Foi me enviada uma enquete com nome de Senadores e Deputados para ser feita a votação dos parlamentares que mais representam a população, os que mais se destacam na defesa da Cidadania, da Democracia, do Consumidor, dos Municípios, na Segurança Jurídica, na Qualidade de Vida e na Promoção da Saúde.

Mas não havia a pergunta sobre qual representante nosso mais luta a favor da defesa e promoção da Cultura no Brasil.

E há uma omissão preconceituosa do nome do deputado Tiririca, que talvez seja um dos raros representantes nossos lutando pela Cultura.

Senti uma falta de sensibilidade Cultural total nesta enquete.

Porque não se pergunta qual o Deputado ou Senador que mais destacou-se na defesa da Cultura ?

Eu queria poder votar no deputado Tiririca, que faz parte da Comissão de Cultura, e que mesmo sendo quase analfabeto revela mais sensibilidade cultural com a qual os programadores desta enquete nem sequer sonham.

Ainda é tempo.

Incluam na enquete esta pergunta sobre o Congresso, o Senado, diante da Cultura.

Cortar a Cultura é cortar a Vida, o Cuidado, o Cultivo da Vida Viva ao Vivo com ARTE.

Ainda mais no momento em que o Brasil cresce, se projeta no Globo e tem sua Cultura como Produto de Exportação extremamente desejado em todo Planeta.

Este deprezo ao tópico CULTURA já virou lugar comum. Basta constatar o corte de 2/3 no Ministério da Cultura, em que Gilberto Gil e Juca Ferreira, através de uma gestão revolucionária no Governo Lula, conseguiram a maior destinação de verba para a Cultura de toda a História do Brasil.

Este prêmio para mim não terá grande valor se não levantar-se esta questão de vida ou morte da Cultura, que é de onde vem tudo.

Somos nós seres terrenos que através da Cultura criamos o Estado, o Socialismo, o Capitalismo, a Especulação Financeira, assim como a Medicina, a Poesia, a Política, a Arte etc.. Somos nós que podemos pela Revolução Cultural fortemente presente na Cultura Antropófaga Mestiça do Brasil acolher agora a Economia Verde que está impedida por Tabus Culturais que nós mesmos criamos e que, somente nós mesmos, através de novos valores da Cultura atual, poderemos transformar em Tótem.

Exemplo: o Drama Ridículo do Tabu da Maconha.

Queima-se esta planta preciosa como se queimava o café nos anos da crise de l929. É um crime contra a Natureza, a Economia e a Cultura.

Não sou a favor somente da descriminalização desta planta Sagrada, que muitos religiosos chamam de “Santa Maria”, isto é, de “Nossa Senhora”, mas da liberação de sua produção como Agronegócio, para trazer uma riqueza Econômica incomensúrável para o Mercado Interno e de Exportação.

Esta Produção seria controlada na qualidade pelo Ministério da Saúde, e seu uso esclarecido pelos Ministérios da Cultura e da Educação.

A Cezalpina, árvore sagrada do Oficina

Não poderia cair nas mãos da Souza Cruz, mas sim nas das Organizações Populares, para estar a favor dos que hoje são chamados “aviões”, que vivem correndo risco de vida  pelo que significa a proibição da Maconha para rentabilidade da Indústria Armamentista.

Os Traficantes seriam Comerciantes dignos pois estariam comercializando um produto que tem qualidades médicas indiscutíveis, e que tem inspirado todos que produzem Cultura em todas as Áreas. E o fariam sem a “Noia” do Tráfico proibido que obriga a arrancar a planta antes do tempo, colocar amoníaco, e enfim desnaturar a sacralidade da natureza da Planta.

O povo de Cinema, Teatro, Música, Artes Plásticas, Dança, Literatura, Jornalismo, Novelas, etc., cria e inspira-se com esta dádiva da Natureza para nossa Criação.

Um Imposto sobre o Produto deveria vir para a Área da Cultura, bastante empobrecida e impedida de realizar seu enorme potencial Criador, Inovador, Econômico, neste momento, em plena Era da Inteligência e da Criatividade.

José Celso Martinez Corrêa

Diretor, Palhaço Ator, Compositor, Poeta Dramaturgo do Fim do Drama na TragiCômédyOrgía

SamPã

O  Concerto de Piano do garoto experimental Vitor Araujo,
charmoso na rebeldia angustiada etherna, exagerada e bela de  mais um Neymar,
o mais jovem craque pernambucano da geração pós Science,
Pianista Compositor Inventor, Intérprete ao Vivo das emoções do instante,
Jazista Erudito Pop, alimentado de Villa Lobos Lobos, Scriabin e por Beats d’alma do Mangue.
Cantor ajeitando o microfone com a precisão de um gesto de dedo
que tirou meu, nosso ar, foi um  salto mortal de circo.

Vitor cria  com o belo Lirio Ferreira,  Bailando Perfumado esta obra de Gêmeos – Gênios,Vitor revela  Lirio q revela Vitor,
Lírio- Artista Total de Trans-Cinema, Trans-Teatro
plantado no Jardim do  Som, da Música, da Luz, do Silêncio…
na moldura tecnológica precisa,
é sem dúvida um  dos maiores artistas do Brasil e do Mundo, hoje.

Ah! Nos meus 74 anos vivi este grande acontecimento estético milagroso do aqui agora!

É a cara mais angustiosamente criativa desta SamPã fria, feia, de onde Lirio e Vitor arrancam beleza jorrando farta, quente
como um banho de chuveiro neste inverno.
Tem a ver com Tarkowski num assumir totalmente a vida nitzcheanamente como ela é hoje no mundo,com sua beleza selvagem oculta que só os que vivem cada aqui agora sacam e conseguem dar ao Outro .

É um fenômeno de Arte imperdível pra quem goza com o abuso da beleza do Gozo de uma Foda de Estetas.

E está em cartaz às 2ª’s e 3ª’s feiras, espermeando as noites de SamPã.

Zé Celso

Pirado, contaminado, de tanta beleza diante do Fenomeno Estético acontecendo neste  momento no Brasil.

O cantor, compositor e escritor Eric Poète está escrevendo um compêndio literário com retratos biogáficos de artistas brasileiros. Para isso pediu à Fernanda Montenegro um depoimento sobre a minha pessoa, e meu trabalho no Oficina Uzyna Uzona. A grande Dama da Arte do Poder do Teatro escreveu o texto que segue, ao qual eu respondo, também em seguida:

Fernanda Montenegro

“O Brasil tem um vêio de referências cultural e existencial pelo qual o rumo a seguir nos é conscientizado: Gregório de Mattos, Euclides da Cunha, Villa-Lobos, Oswald de Andrade, Nelson Rodrigues, Glauber Rocha.
Nessa linhagem está Zé Celso. O que os liga? Um clamar, um convocar, um convulsionar, um amar. E mais que amar: proclamar. Esse agir vem de uma alucinada herança ibérica, barroca, mítica, onde, no sagrado e no profano, nós nos perdemos, nos achamos. E nos salvamos.
O Zé pertence a essa temperatura, a essa pulsação. Lembro a figura dele há 50 anos. Nada, fisicamente, demonstrava essa persona que a vida foi lhe acrescentando: um ser extremamente energizado, fustigante, ardido de tanta lucidez, onde a paz do conformismo, em pânico, passa ao largo. O Zé tem, com relação ao Brasil, uma obstinação de lobo faminto.
É um ermitão que não prega no deserto. Aliás,  onde o Zé prega não há deserto. Acompanho suas declarações, vejo suas fotos, leio suas entrevistas, admiro suas barbas, seu cajado, seus olhos de vidente. O Zé é um transformador.
A partir do Bexiga e do Oficina(esses espaços, no meu entender, são um só) o Zé se espraiou por muitas zonas e muitas gerações. Desse Bexiga, o Zé nos imprime o desassossego mais provocador, mais tonitruante, mais triunfante de São Paulo.
O Oficina (o Zé) dá ao Bexiga a dimensão de seu amor à vida e projeta esse bairro à altura da Cidade e do País.
Toda a trajetória votiva desse criador é única na cultura contemporânea do Brasil.”
Fernanda Montenegro

IÓ! FERNANDA MONTENEGRO
IÓ! ERIC POETE

Muito obrigado por me tornarem,
hoje numa tarde cinzenta já fria,
presente,
e me dar energia dando-me este presente:
as palavras de Amantíssima Fernanda Montenegro,
Dama Maior entre as Damas da Dinastia das Cacildas Aristocratas do Poder da Arte de Teatro no Brasil.

Pois para mim o Teatro é acima de tudo uma Arte Nobre,
por cuidar de tudo que é Humano, Trans Humano e até Sub-Humano,
como busca  do real Humano Poder.

O Teatro cultiva esta Alquimia, com Magia Arte e Beleza.

Muito obrigado a você, Amada Fernanda,
por ver,
o que vê em mim,
fruto carinhoso de sua percepção de Grande Atriz Antenada
eu diria mais que da Cidadania,
mas da própria divindade da Arte Teatral, que você sabe o que é.

Sua irmã segurava por você na Umbanda
enquanto você soltava, e solta,
seus anjos e demônios na Cena Ritual do Teatro.

Muito obrigado Eric por estar escrevendo sobre minha pessoa co-criadora com muitas outras, da Potencialização desta Arte do Poder Humano, ainda considerada  descartadável.

Meu cultivo tem a ver com o que fez o “Circo Voador”, “A Fundição Progresso”, o Grupo “Tá na Rua”, de Amir Haddad na LAPA, ponto maior no Mapa-Mundi-Ponto de Encontro de Arte,  Amor, Povo brilhantemente iluminando as Noites da Vida.

Tem a ver também com o que “Os Satyros”, com “Os Parlapatões”, fizeram repovoando a Praça Roosevelt e alongando seus cantos para a fervilhante Rua Augusta, mais inspirada hoje que nunca.

O que Fernanda diz do Bexiga dá muita força neste momento: “Bexiga e Oficina – esses espaços, no meu entender, são um só”.

Noel e eu completamos: “São Paulo da Café, Minas dá Leite, mas o Bixiga dá Teatro”.

Depois de obter entendimento tido como impossível para a grande maioria, com o Grupo SS, e até ter-me tornado amigo do artista Silvio Santos, este depoimento nos dá lastro para se chegar ao Ponto Decisivo da Luta: o Estado.

Tende a ser muito morosa e complexa esta fase da Luta.

Depois da Protagonização de 30 anos do obstáculo “Video-Financeiro”, entra agora em Cena Publica  como Protagonista: O ESTADO.

É preciso que haja entendimento para que haja rapidez na efetivação de uma “Troca de Terrenos” do entorno do Teatro Oficina, que Silvio Santos generosamente propõe, por Terreno em mãos do   Poder Público .

É uma oportunidade que pode vazar com o tempo, para a conquista do “AnhangaBaú da Feliz Cidade“,

do “Teatro de Estádio”,

da “Universidade Antropófaga”,

e do “Reflorestamento do Bixiga”.

O próprio Laudo do Tombamento do Oficina como Patrimônio Artístico e Cultural do Brasil, pelo IPHAN, determina que  haja desapropriação do entorno do Teatro Oficina, compra ou outro meio para que se possa realizar a complementação do projeto Urbano Arquitetônico de um dos Maiores “Arquitetos” do século XX: Lina Bardi.

Silvio Santos trouxe uma solução surpreendente: “A Troca de Terrenos entre Terrenos”, onde entra valor fundiário e não dinheiro em espécie, coisa que os Poderes Públicos submetidos aos Cortes Fiscais neste momento não podem ter.

Por falar em Cortes Fiscais, e por ter recebido esta Outorga de Autoridade da maior Autoridade Viva do Teatro No Brasil, Fernanda Montenegro, tenho a certeza que nós deviamos juntar todos que fazem Teatro,
os que estão na Televisão amando o Teatro,
os que neste momento criam a renovação constante trazida pela Juventude,
os que se aventuram nesta Arte Bela e Cruel,
para conseguirmos suspender o Corte Brutal de 2/3 no Orçamento do Jovem Ministério da Cultura.

Vamos falar com Dilma, que é uma Protagonista Forte à altura do Poder que detêm, acompanhados da Ministra Anna de Hollanda.

Os que recriam, praticam o Teatro em Cartaz ou fora dele,
neste momento,
principalmente os Grupos de Trabalho Permanente de Plantação em Equipe cultivadores do futuro de nossa Arte estão na mais completa Miséria,
que se não for erradicada matará uma geração, como a de “Roda Viva” de 68,
massacrada pelo regime militar.

É muito cruel. Eu vi a situacão dos que ocuparam a Funarte.

Fomos até eles, para entrarmos juntos no movimento de luta pela  Cultura, objetivada na luta pela  liberação dos Cortes no Ministério.

Nós do Oficina Uzyna Uzona, fomos expulsos, por discordarmos das formas de luta que propunham, nas “palavras de ordem”, nos  slogans da velha esquerda carregados agora com um líquido inédito de ressentimento e ódio.

Eles estão num desespero que leva a um estado antagônico ao da Criação. A Fome pode destruir o instinto Criador.

Mas Justiça seja feita , foram os 1ºs a dar este Grito ! A expor publicamente este sintoma de Doença na Cultura Brasileira Atual.

Nós montamos a “Macumba Antropógafa” durante seis meses, pois os atores tinham de fazer outros trabalhos. Não era necessário artisticamente este tempo para o trabalho. Mas havia artistas que não tinham dinheiro para a condução de chegar ao Teatro.

Saí esgotado destes seis meses.

Felizmente tinha feito uma participação numa novela da Globo e recebido idenização por tortura, e pude segurar minhas pontas e a de muitos, como outros que tinham alguma coisa, fizeram o mesmo.

Esta situação é absurda na fase de Crescimento por que passa o Brasil.

O Teatro é um Berço de Criação da Cultura. É democracia estética humana direta e poderosa,
e hoje o Teatro contracena,
como no Oficina e em muitos Grupos,
com Todas as Artes,
a Cyber, a Musical, as Artes Plásticas, a Dança, a Poesia, trazendo-as para a Arte Cênica ao Vivo.

O estímulo energético humano corporal,
que produzimos nós que fazemos Teatro,
verdadeiras Uzynas Humanas,
é para dar aos que vêm nos ver estímulo vital elétrico de Poder Humano Corporal, Pessoal e Coletivo.

Teatro é  o maior Investimento que pode existir na criativa formação para a transformação do que impede a imediata  emersão da Economia Verde que vem vindo, rápida e poderosa.

Vivemos na Era da Inteligência Cyber, da NeuroCiência fazendo milagres, das Células-tronco.

É a Era em que o investimento em Criatividade no Poder Libidinoso, Elétrico e inventivo do ser humano na  Cultura não pode ser negligenciado.

É a Macro Economia da Vida, e é o Cultivo da Cultura que acelerará  a expansão da Economia Verde com velocidade Internética.

A Miséria não será erradicada no Brasil se a Cultura for, sobretudo no Teatro, miserabilizada pelo Estado.

Parece que não há esta percepção, nem nas mais brilhantes “personas políticas”.

Você Fernanda atravessou todos os Períodos da História do Brasil, mantendo viva no TERRITÓRIO DE SEU CORPO, A AUTORIDADE DO PODER TEATRAL.

Em seu Corpo-Alma você traz este Poder que veio de ANTÍGONE.

Vamos juntos dar voz, Poder, aos direitos que ANTÍGONE  clamava, que estão além das leis humanas, e que estão presentes no Corpo Vivo do Teatro.

Estou fazendo do Apê em que moro e trabalho, um SPA. Pois carrego uma exaustão de 2 anos de Trabalho sem férias.

E este ano criamos muito, mas à custa de um esforço Sobre Humano dos nossos Corpos.

Só estamos fazendo sessões aos sábados e aos domingos.

É um trabalho que aconteceu totalmente Domingo passado. Pegou!, como dizemos nós de Teatro.

Hoje é terça, e somente depois do teu texto recuperei meu Roteiro de Vida e Criação.

Temos que lutar juntos pelo Ócio que nosso Neg-Ócio merece e você é nossa Campeã Olímpica.

Vamos nessa.

Todo Amor a você Diva Adorada.

E a você Eric, agricultivando uma colheita tão ambiciosa para a Cultura.

E obrigado por me trazerem a Alma de Volta nesta tarde triste.

Um dos Papéis que eu faço, na “Macumba Urbana Antropófaga”, é do Padre Vieira, e me apaixonei por esta frase dele, bem conhecida:

“Para falar aos ventos
bastam palavras,
mas para falar ao Coração
é preciso Obras.”