À
EXCELENTÍSSIMA PRESIDENTA DA REPÚBLICA DO BRASIL
DILMA ROUSSEFF
A
LUÍS INÁCIO DA SILVA
AO
CANDITADO À PREFEITURA DE SÃO PAULO FERNANDO HADDAD
A
TODOS
CARTA ABERTA
IÁ! COM TODO AMOR
PODE SE ORGULHAR PRESIDENTA
NA VÉSPERA
DESTE 1º DIA DE OUTONO DO ANO BISSEXTO
INTELECTUAIS
AQUI EM SÃO PAULO
PROCRIARAM
UM DOCUMENTO PODEROSO
RE-CRIANDO SAGRADAMENTE
O PODER POLÍTICO DA ENERGIA CULTURAL
– Abaixo deste o documento referido criado pelos intelectuais em São Paulo –
O MAIOR TABÚ INTOCADO:
A CULTURA
Q POR ESTA RAZÃO
ESTÁ REDUZINDO O CRESCIMENTO DO BRASIL
A MENOS Q 3%
FOI QUEBRADO
E AGORA TOCADA
VIRA TÓTEM
NUM DOCUMENTO
SEM CHAVÕES
ENFIM SURGE UM TEXTO
DO VALOR DO BRASIL
E DOS BICHOS HUMANOS BRASILEIROS DA ERA DOS BRICS
DOCUMENTO SOLAR
FORTE
NOVO
RENASCENTISTA
EXPLODINDO A PRESENÇA
DA ATUAL DITADURA DO PENSAMENTO ÚNICO NO BRASIL
SÓ DISCORDO DESTE TEXTO
NO FAZER DE BODE ANA DE HOLANDA
NÃO ESTOU TRATANDO DE SUA DEPOSIÇÃO DO CARGO
NEM MUITO MENOS DA BRILHANTE GESTÃO DA PRESIDENTA DILMAROUSSEFF
MAS SIM DO FATO
DE Q OS PARTIDOS DE ESQUERDA
CENTRO
E DIREITA
PRESSIONAM OS POLÍTICOS,
ELEITOS PELOS Q QUEREM FAZER
O BRASIL CRESCER
NA ECONOMIA VERDE E GOZOZA,
COM UMA IDÉIA ÚNICA
LITERALMENTE ABORTANDO SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O PAÍS
POLÍTICOS COM VOCAÇÃO PÚBLICA
PODEM AGORA,
A PARTIR DO “MANIFESTO DOS INTELECTUAIS PAULISTAS”
SE DAR AO PRAZER DE GOZAR ESTA MUDANÇA DE ERA
UMA MUDANÇA DE POSIÇÃO
TRANSCENDER A PERSONAGEM ÚNICA
MARCANTE
POR EXEMPLO
PRESIDENTA
DE MÃE DO PAC
PASSAR A SER “AMANTE DO PAC” E DO CULTIVO DA VIDA PELACULTURA DA LIBERDADE POTENCIALIZADA
OUVIR A PARTIR DE SEU PRÓPRIO CORPO DE MULHER LINDA
AS PALAVRAS DESTE POEMA POLÍTICO:
Q INTELECTUAIS
SEM VERGONHA DE SER,
JUNTARAM-SE NA ERA DA INTELIGÊNCIA E PRODUZIRAM
A RETOMADA DA REVOLUÇÃO CULTURAL Q HOJE RENASCE E CANTA NOMUNDO TODO
A PERDA DE HEGEMONIA DO CAPITALISMO
DO SOCIALISMO
E TODOS OS ISMOS DOS FUNDAMENTALISTAS GANANCIOSOS DOPODER TEMPORAL DA MÁQUINA BUROCRÁTICA ECONÔMICA POLÍTICA ECULTURAL DO ESTADO
AUMENTOU SUA GANÂNCIA, SUA FOBIA
PORQUE SABEM Q ESTÃO SENDO ENGOLIDOS PELOS FINOS BISCOITOS
Q A MASSA PRODUZ
E QUER COMER
DILMA !
LULA ! (SEU GOVERNO ESTAVA DE ACORDO)
FERNANDO !
AMANTES DA VIDA LIVRE
FORA DO REBANHO,
COMO É IMPORTANTE ESTARMOS ACORDES PARA O ÓBVIO!
ACORDES !
SEM A CULTURA ESTAR POTENCIALIZADA
COMO ESTRATÉGIA DO ESTADO BRASILEIRO
NÃO HÁ MAIS DEMOCRACIA
NÃO HÁ MAIS PODER
LIBERDADE DE DÁDIVA
DE CRIAÇÃO
NOS HUMANOS
HÁ SOMENTE O PODER VAZIO
DA MÁQUINA DOS Q IMPÕEM SER DONOS DE UMA VERDADE
DEVASTADORA
ATRAVÉS DE PRESSÃO POLÍTICA
DE EXTREMA DIREITA
CAÍMOS NO FUNDAMENTALISMO DO PARTIDO ÚNICO
SÓ UMA CULTURA VIVA BIO-DIVERSA
Q NÃO TEM NADA A VER COM A DE CONSUMO
TEM O PODER
DE TORNAR DEMOCRÁTICOS O ESTADO MAFIOSO
E A VIDA DOS BRASILEIROS
A CULTURA NA DOÇURA
EXPLODE… MAIS Q ISSO… ESPATIFA
A DITADURA DESTA
IDADE MYDIA
DA TECNOCRACIA
DAS FOBIAS
DA SUBMISSÃO AO ÚNICO Q TEM UM PROGRAMA:
O PFC – PARTIDO FUNDAMENTALISTA CRISTÃO
Q JÁ AMEAÇA EXPULSAR A CULTURA
DA DISCUSSÃO POLÍTICA
TOMANDO SEU LUGAR OUTRA VEZ
NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS
COMO ACONTECEU NAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
FERNANDO HADDAD
VOCÊ É MEU AMADO CANDIDATO
MAS NÃO POSSO VOTAR EM QUEM COMEÇA SUA CAMPANHA DIZENDO:
“SOU CONTRA O ABORTO”
NINGUEM É A FAVOR
MAS É UMA QUESTÃO FUNDAMENTAL DA DEFESA DA VIDA DASMULHERES
A ONU JÁ SABE DISSO
SUA CANDITADURA PODE EMPLACAR
SENDO A LUZ DA REVOLUÇÃO CULTURAL Q É DESEJO PLANETÁRIO
É HORA DE TER CANDIDATOS ÀS PREFEITURAS DAS CIDADES DOBRASIL Q NÃO SE SUBMETAM À ESTA DITADURA DITADA PELOMARKETING
CAINDO DE PODRE
E NOS APODRECENDO A TODOS
JUNTOS
A ECONOMIA VERDE É SOCIAL, POLÍTICA,
É PELO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DO BÁRBARO TECNIZADO
É RENASCENTISTA
É PLUGADA NA MAGIA DA NET
(SAGRADA COMUNICAÇÃO LIVRE)
DA REVOLUÇÃO DA NEUROCIÊNCIA
DA MEDICINA MOLECULAR
DAS CÉLULAS TRONCO
E SOBRETUDO DOS POVOS BIODIVERSOS
EM TODA TERRA SAGRANDO DESEJOSOS A PALAVRA “REVOLUÇÃO”
ESTA PALAVRA: “REVOLUÇÃO”
DEPOIS DO
“AI SE EU TE PEGO”
É MANTRA AGORA
DE NOVO
SACRALIZADA POR TODOS OS POVOS
TESUDOS DE LIBERDADE
BEM MAIS PRECIOSO
Q COMMODITIES
PRA PODER CRIAR O DESENVOLVIMENTO
E PROCRIAR
EM SINTONIA COM A REVOLUÇÃO CÓSMICA PERMANENTEMENTE VIVA
NA TRANSMUTAÇÃO CONSTANTE DA TERRA
E EXPANSÃO DO UNIVERSO
O MANIFESTO DOS INTELETUAIS
DISSOLVE EM SI
TODAS AS CRISES POLÍTICAS E RELIGIOSAS
POR QUE PEDE LIBERDADE
AO PODER DA CULTURA
DE CUIDAR DA VIDA
DO OUTRO
DE SI
DO COSMOS
E CRESCER
AMOR
BIODIVERSIDADE
JÁ NOS ESTILHAÇOS DA IDADE MYDIA
RECOMEÇA A ESTAR DENTRO
DA VIDA
DE TODAS ESPÉCIES
DOS ASTROS
DO AR
E ATÉ A POLÍTICA PODE PROCLAMAR SUA INDEPENDÊNCIA
DA SERVIDÃO DAS MÁFIAS
DA PRESSÃO DA “REVOLUÇÃO”
DA “VERDADE ÚNICA”
Q SÓ QUER JOGAR NO CARGO
O PAPEL DE FANTOCHE DE UM ESTADO FUNDAMENTALISTA REATIVO ÀVIDA
ESTÁ NA HORA DE TOCAR NOS TABUS
Q SÃO POLÍTICOS
A QUESTÃO DO ABORTO
QUER SE ACHE VERDADE OU NÃO
É DE SAÚDE PÚBLICA DO CORPO VIVO
A QUESTÃO DA LIBERTAÇÃO DA REPRESSÃO ASSASSINACRIMINALIZADORA
DAS DROGAS É TAMBEM UMA QUESTÃO POLÍTICA DE SAÚDE PUBLICA
A DEMOCRACIA SEM CULTURA LIVRE
POTENTE
PRECISA DE OUTRO MOVIMENTO
Q SEJA COMO O MDB NO FIM DA DITADURA
Q DISCORDE DO PENSAMENTO DO PFC EVANGÉLICO CATÓLICO
ALINHADO COM O NANICO PARTIDO PRÓ DITADURA
DEFENDIDA PELOS MILITARES TORTURADORES APOSENTADOS
ZÉ CELSO
20 DE MARÇO
DO ANO BISSEXTO
DE DOIL MIL E DÓSE
NOVAS CATEGORIAS POLÍTICAS:
HUMOR ! AMOR !
VERTIGEM NA LIBERDADE !!!
A CULTURA É INFRAESTRUTURA
MACRO MICRO DA VIDA
DOCUMENTO DOS INTELECTUAIS PAULISTAS
Na última década, o Ministério da Cultura transformou-se em uma área especialmente dinâmica do governo federal. Ao reconhecer a importância primária das práticas de sentido para a vida social, o Estado deu-se finalmente conta de que tem responsabilidades incontornáveis no que toca ao estímulo, apoio e defesa das manifestações criativas que emergem do povo, ou melhor, dos povos brasileiros como expressão de sua vitalidade e de sua personalidade.
À medida que o país foi ganhando projeção internacional, maior foi se tornando a necessidade de definirmos e consolidarmos a contribuição distintiva que o Brasil espera estar em condições de dar à civilização mundial. Com este objetivo, a abertura da esfera pública a uma multiplicidade de agentes e ações, oriundos de todas as regiões do Brasil, ligados à criação de cultura, isto é, de valor existencial – artistas, ativistas digitais, produtores culturais, editoras independentes, coletivos experimentais, criadores da moda e do design, intelectuais, povos indígenas, comunidades tradicionais, quilombolas, movimentos contra a discriminação de gênero e de orientação sexual, ambientalistas, grupos culturais dos mais variados matizes e propósitos – constituiu-se em uma das experiências institucionais mais inovadoras que o Estado brasileiro jamais promoveu.
Sob a liderança das gestões da cultura durante os 8 anos do governo Lula, o acolhimento entusiástico de uma vasta gama de manifestações antropológicas, tradicionais como modernas, regionais como nacionais, locais como globais, deu direito de cidadania e densidade politica a vários conceitos novos, doravante parte de nosso vocabulário de política pública: “cultura digital”, “pontos de cultura”, “cultura viva”, “patrimônio imaterial”, “cidades criativas”, “economia da cultura”, “diversidade cultural”, “creative commons”, “compartilhamento”, “cultura e pensamento”, “cidadania colaborativa”, “participação setorial” e tantos outros. Um Plano Nacional de Cultura foi redigido pelo MinC com ampla participação dos setores interessados, e foi aprovado pelo Congresso Nacional. Tratou-se de um esforço consistentemente democrático de transformação da agitação social em meio de conquista de uma voz pública, de expressão da força viva dos povos de nosso país nos termos de um discurso de dimensões propriamente políticas, no sentido mais nobre da palavra.
Como herdeiro legítimo deste legado, o governo Dilma tem um grande desafio pela frente. É enorme a expectativa dos inúmeros grupos envolvidos no processo de emancipação cultural iniciado nas gestões passadas. Os que acompanham, como cidadãos, essa histórica reviravolta inquietam-se sobre a orientação que irá prevalecer uma vez encerrado o primeiro ano de uma gestão federal de cultura marcado por hesitações, conflitos e por mudanças de rumo que nos têm parecido infelizes.
É inevitável constatar que houve inúmeras perdas de visibilidade e de nitidez no horizonte da política cultural, comprometendo a imagem de um país que avança para o futuro sem perder a relação com seu passado, e que se moderniza sem destruir suas tradições. Depois de inúmeras notícias desalentadoras ao longo do ano que passou, a opinião pública constata que a presente gestão de nossa política cultural vem se mostrando descomprometida com o legado das conquistas recentes neste âmbito, como o atestam as inúmeras iniciativas de grande impacto dentro e fora do País. É digno de nota, em particular, o que parece ser o total desconhecimento, por parte da atual gestão do MinC, do debate internacional sobre os desafios que o novo regime capitalista globalizado coloca para os criadores em todos os âmbitos da cultura, nesta época em que a criação de valores existenciais se viu capturada e sujeitada pela produção de valor econômico.
O despreparo para a prática do diálogo e do embate crítico por parte dos atuais responsáveis pelo MinC é dolorosamente evidente. É assustador, por exemplo, que em recente entrevista a ministra afirme que tem vivido uma “guerra de nervos” e que todo o seu universo de preocupação esteja reduzido à sensação de que os que discordam de sua gestão estejam apenas querendo derrubá-la de seu posto, deixando de lado o sentido maior da vida democrática que é a possibilidade do diálogo e da reconciliação em benefício de algo público e de grandeza comum.
A criação cultural é indissociável da construção inovadora de horizontes para o País, é a cultura que forma as realidades que nos condicionam e projetam os destinos da vida em comum. Não faz mais sentido pensar nos quadros anacrônicos que tinham a chamada “infraestrutura”, ou economia, como elemento primacial da vida humana, ao passo que a cultura, ou “superestrutura”, era vista como artigo de luxo. Pois não é possível, justamente, entrarmos em pleno século 21 equipados com uma “superestrutura” mental que data do século 19. É um engano gravíssimo um Estado contemporâneo não dar a devida importância à agenda das políticas culturais, pois a economia sem a cultura não pode mais do que propagar a desvalorização de uma sociedade, colocando-a a mercê de interesses estritamente econômicos.
Desde que a crise global se abateu sobre o ocidente capitalista em 2008, a agenda cultural se tornou um tema ainda mais importante para nós e as disputas de sentido vão direcionando os possíveis caminhos a seguir. Ora, foi precisamente neste momento crítico que passamos a constatar a decadência do protagonismo do governo federal na área da política cultural, com a trágica perda de capacidade para gerar consensos mínimos e coordenar o desenho de horizontes para os inúmeros segmentos que estavam sendo reconhecidos pelo governo Lula. Esse perigoso isolamento do MinC pode nos fazer retroceder mais e mais nos próximos anos, ainda que a prosperidade econômica se mantenha. A mera celebração de uma “cultura” concebida como excedente simbólico entregue a profissionais consagrados da indústria de entretenimento certamente não pode substituir a consciência ativa do papel central que a força de trabalho criativa passou a desempenhar no cenário do novo regime capitalista. O MinC de hoje desconhece os sistemas de acumulação financeira, de ganho unilateral de corporações com os direitos autorais e de imagens. Ao tornar-se refém de um modelo institucional arcaico, o governo federal vai aceitando que as forças mais reativas do modelo neoliberal passem a conduzir as subjetividades, tornando-se um instrumento para sustentar apenas desejos sociais compulsivos de consumo, como se estes fossem o meio de produção de sociabilidade.
Neste sentido, a escolha do(a) ministro(a) que a Presidenta tem em suas mãos é um dos trunfos fundamentais na consolidação do projeto de país que se começou a implantar desde o fim da ditadura militar. Esta é uma responsabilidade crucial do governo federal e da sociedade civil, não podendo ser deixada ao sabor da Realpolitik e seus jogos de acomodação partidária. Esperamos que Dilma Rousseff, que tem mostrado grande competência na condução do País em outros setores, confirmada pelos altos índices de aceitação popular, tenha sensibilidade e coragem para indicar um ministro da cultura à altura do que requer este cargo, em vista da importância do Brasil no cenário mundial contemporâneo. Um(a) ministro(a) que alie uma escuta fina para a diversidade cultural, no acompanhamento das complexas demandas culturais internas e na articulação ousada com o cenário internacional, sobretudo em torno dos problemas deste novo estatuto da cultura.
A experiência acumulada por este nome escolhido é algo essencial neste momento. Quer em termos profissionais, quer em familiaridade com a política da criação contemporânea e a rica variedade a de suas manifestações, uma liderança suprapartidária e democrática é o que pode garantir um pulso firme e uma capacidade de gestão dinâmica, de verdadeira liderança nesta direção que o presente nos aponta. Nós signatários, como todos os produtores de cultura neste País, temos nossa parcela de responsabilidade nesta tarefa: cabe a nós o apoio ao futuro portador desta inteligência de qualidade cultural e a exigência de uma escolha acertada para os próximos anos da atual gestão federal neste importante âmbito da vida nacional.
MARILENA CHAUÍ, EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO, SUELY ROLNIK, LAYMERT GARCIA DOS SANTOS, GABRIEL COHN, MANUELA CARNEIRO DA CUNHA, MOACIR DOS ANJOS