REGIMÁLIA

Coro de Pra dar um fim no juízo de deus, em cartaz nesse momento no Teat(r)o Oficina. Foto Márcio Moraes.

Coro de Pra dar um fim no juízo de deus, em cartaz nesse momento no Teat(r)o Oficina. Foto Márcio Moraes.

Ressurgiu esta palavra em minha mente quando escrevi um texto para um Livro sobre José Wilker, de autoria de Marcelo Laffitte.

regimália – palavra q o diretor argentino Victor García trouxe pra gíria do teatro brasileiro dos anos 60, sinônimo de “os porra loucas”. Era como os Artistas do Partidão (P.C.) chamavam a geração de jovens possuídos em seus Corpos – Neo Pagãos, pela revolução internacional do “aqui agora” de 1968. Assim, “porra loucas” eram, por exemplo, os Coros de “Roda Viva”. Não era uma questão ideológica, mas uma concreta e maravilhosa emersão de uma contradição enriquecedora e nova, não só no Teatro Brasileiro, mas Mundial: o ressurgimento, depois de milênios, dos Coros da Tragédia Grega. Os do Partidão opunham os “regimales” aos “Representativos”, isto é, aos artistas de teatro com repercussão na mídia mesmo nos anos da Ditadura Militar. Os “Representativos” eram celebridades, mas não no sentido desta palavra hoje, pois eram pessoas reconhecidas, muito talentosas, politizadas e adoradas, mas temerosas da revolução que muitos Grupos do Poder Jovem traziam para o Teatro no Brasil, desconhecendo as fronteiras Arte&Vida, Palco&Plateia. Corpos de Atuadores rompendo a 4ª Parede, tocando nos Corpos do Público como no Carnaval, no Candomblé… Quando “Roda Viva” foi atacada pelo CCC (Comando de Caça aos Comunistas), Cacilda Becker superou esta divisão da Classe Teatral declarando na TV Tupy : “Todos os Teatros são meus Teatros”. Vitor Garcia não via um sentido pejorativo em “regimales”, pois trabalhou com muitos “porra loucas” na sua montagem de “Cemitério de Automóveis”, de Arrabal.

Zé Celso

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